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2014


Nos Bastidores do Pink Floyd

Autor: Mark Blake
Editora: Generale (Évora)
Lançamento: 2012
Nº de páginas: 454 + 16 (fotos)

https://dl.dropbox.com/u/17489549/DistintivoBlue.com/Artecete_carimbo.jpghttps://dl.dropbox.com/u/17489549/DistintivoBlue.com/Artecete_carimbo.jpghttps://dl.dropbox.com/u/17489549/DistintivoBlue.com/Artecete_carimbo.jpghttps://dl.dropbox.com/u/17489549/DistintivoBlue.com/Artecete_carimbo.jpg

Acabo de terminar Nos Bastidores do Pink Floyd, uma grande biografia sobre uma banda que está em meu top 3 das maiores de todos os tempos, que vez em quando deixo de lado, mas que quando volto a ela, não consigo largar por meses a fio. Comprei este livro há um certo tempo e deixei na estante, para degustá-lo num momento certo. Sim, há momentos e momentos para se ler um livro. Ler é como ter um melhor amigo, companheiro de todas as horas ou confidente durante um certo período. Não há nada mais frustrante que começar a ler para depois desistir no meio do caminho. Deixei este para um momento em que me viesse aquele CLIC, e o momento finalmente chegou.

Não cabe aqui repetir informações biográficas que encontramos vastamente por aí. O livro nos dá uma noção mais exata da grandiosidade da figura do Syd Barrett. Provavelmente é a personagem mais citada em toda a obra, mesmo em tempos muito distantes da sua breve participação como membro do Pink Floyd. Eu não tinha noção do quanto esse cara influenciou toda a obra do grupo, bem como sua forma de encarar o mundo. Em segundo lugar, suponho que seja Roger Waters o mais citado. Não há como negar que me identifiquei muito com ele. As frustrações por perceber que se resolvesse cruzar os braços, simplesmente nada aconteceria e a posterior revolta e atitude azeda que isso implicaria. Obviamente, também me chamou a atenção o fato de David Gilmour passar a sentir esse mesmo peso quando da saída do baixista/letrista/produtor. Nada mais familiar.

Me agradou a obra não cair naquele velho lugar-comum de sexo/drogas. Claro, não há como fugir completamente desses temas (estamos falando de uma banda de rock, das grandes), mas sinceramente não tenho muito interesse, porque basicamente todas as biografias acabam ficando muito parecidas nesse aspecto. O Pink Floyd tem um diferencial: era formado por pessoas de carne e osso, que paradoxalmente curtiam mais fazer coisas comuns que qualquer ser humano comum faz, como jogar gamão, estar com a família, não fazer nada, etc. Espera-se de uma banda com um som tão viajante que sejam os mais loucões de todos, mas imagino que o Led Zeppelin esteja a anos-luz de (des)vantagem nesse quesito.

Um fator importante de se ler um livro como este no momento atual é de que o livro em si não basta. Toda biografia de banda traz inúmeras referências a discos, artistas, vídeos e contextos, e a internet está aqui para nos mostrar tudo, rapidamente. Quer ver o tal vídeo "Syd's First Trip", citado como caseiro e raro? No YouTube você o encontra em segundos. Quer ver como era a namorada do Syd que aparece na capa de seu primeiro disco solo? Fácil! Mais ainda: quer ver como cada pessoa do livro está, após o passar dos anos? Sem problema. Isso torna a leitura mais lenta, mas mais rica. É uma ótima experiência. Não dá mais para ler sem papel, caneta ou um computador por perto.

Mas nem tudo são flores. Esta é a primeira edição do livro no Brasil e a editora Generale (na verdade, parece ser um selo da Editora Évora) cometeu muitos deslizes, que fazem a obra merecer várias correções urgentes para a segunda. A primeira coisa que me chamou a atenção, obviamente foi a capa. O
título original é Pigs Might Fly: Inside Story of Pink Floyd, com o porco Algie flutuando sobre a Battersea Power Station, para o que seria a capa do álbum Animals (1977). A capa brasileira parece ter sido produzida por alguém que não conhece o Pink Floyd, ou apenas superficialmente. Reproduziu-se as chaminés e o porco, mas com um fundo sem lógica remetendo-se à capa do The Wall (1979). Me pareceu que a Listo Comunicação (citada nos créditos como a produtora da capa) resolveu copiar a capa original e, de repente, resolveu fazer um mix de várias capas do Floyd, de forma preguiçosa e apressada. Isso se agrava pelo fato de ter sido usada a porca fonte Floydian no nome da banda, em destaque. Esta é uma fonte que tenta imitar a original do The Wall, mas sendo mais uma feia caricatura. Mais uma prova da preguiça e pressa: se buscarmos fonte Pink Floyd no Google, a primeira opção a aparecer será esta horrível fonte. Tosco e amador, no mínimo. 

Nas orelhas do livro vemos vários depoimentos de anônimos, donos de bares, escritores de livros que nada têm a ver com o tema, músicos amadores, o que dá a impressão de que o responsável por essa parte estava mais preocupado em contar vantagem por estar na equipe da primeira edição da biografia do Pink Floyd aos amigos que encontrou numa noite qualquer. Nada contra as pessoas que aparecem, mas isso até mesmo eu poderia fazer... Ou algum amigo meu, fã da banda... Ou você, seja lá quem seja. Outro ponto negativo: muitos, mas muitos erros de digitação, incluindo o título original, nos dados de catalogação: History of Pink Floyd, ao invés de Story. Ao meu ver, o revisor também não estava muito interessado em qualidade e leu o livro com bastante desdém. Enfim, espero sinceramente que a segunda edição seja cuidadosa (eu poderia dizer mais cuidadosa, mas não detectei um cuidado mínimo para isso) com este que é uma importante obra num país em que poucas biografias estrangeiras chegam a ser traduzidas.



A obra original foi publicada em 2007, logo não aborda a morte do tecladista Richard Wright e o álbum póstumo lançado recentemente, The Endless River. Faz várias referências e deixa o leitor com muita vontade de conferir a biografia escrita pelo baterista Nick Mason, ao abordar alguns poucos fatos de seus bastidores. Apesar de tantos equívocos grotescos e inaceitáveis , é um livro indispensável a quem deseja se aprofundar um pouco no fantástico universo Floydiano, incluindo trabalhos solo de cada um dos integrantes. Espero que, na segunda edição, os porcos possam voar mais alto, como de costume. Quem sabe numa editora mais séria...

I. Malforea

Jimmy Page em 1970 e 2013

Por I. Malforea
Há um bom tempo percebi que as pessoas, mesmo sem perceber, têm medo do tempo. Preferem não pensar em quando estiverem velhas e, quando menos se espera... O tempo passou! Ainda lembro claramente de quando tentava imaginar o quão fantástico seria quando eu tivesse 18 anos. Pois bem, mal tive tempo para respirar e estou chegando aos 32.

Esse "medo" de envelhecer, do imperfeito, se reflete em nosso culto aos "ídolos". Não me lembro de ter visto alguém com uma camisa do Roger Waters velho, ou do Jim Morrison / Elvis gordo, ou do Raul Seixas inchado e digno de pena, prestes a morrer (este, aliás, é um tema que posso detalhar em breve). Sempre preferimos escolher uma imagem "perfeita" dos nossos ídolos e considerá-la eterna, a versão definitiva e oficial.

Eu, como historiador, sempre escolhi considerar os "bons" e "maus" momentos daqueles que admiro como essenciais, afinal, estamos falando de pessoas, e pessoas são falhas e imperfeitas. Isso ajudou, inclusive a me imaginar velho de uma forma menos traumática. Não posso deixar de admirar meu grande ídolo da guitarra, Mark Knopfler, no auge de sua velhice. Ou o Eric Clapton, ou o Gilmour. São caras que hoje me fariam chorar num show, como qualquer fã que xinga muito no Twitter (ok, foi um baita exagero!). 

Alguns se tornaram o perfeito estereótipo do velhinho com cara de indefeso, alguns nem tanto. Outros são verdadeiros desafios à ciência pelo simples fato de ainda estarem vivos. Alguns mostram o quão saudável é assumir a velhice, outros nos mostram o quão ridículo pode ser lutar contra ela. O fato é que graças a alguns dos meus ídolos nos dias de hoje eu consigo enxergar minha própria velhice de uma forma mais tranquila, afinal, este é um dos papéis dos grandes ícones: nos dar lições de vida, como uma espécie de professores. Eu gostaria de me parecer com alguns, sem sombra de dúvida. E você? Há algum(a) velhinho(a) em quem você se inspire?

Mark Knopfler, em 1978 e 2013

Robert Plant em 1970 e 2013

Rita Lee em 1968 e 2013


Bob Dylan em 1970 e 2014

David Gilmour em 1971 e 2009

Chuck Berry em 1957 e 2012

Os Paralamas em 1982 e 2013

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Este post foi publicado originalmente no site Troca o Disco, a qual sou colaborador. Confira mais posts e aproveite para conhecer o TDCast, podcast quinzenal dedicado à música. 
Peter Seymour, Eric Stephenson e Greg Patillo
Por I. Malforea

Whoa! Estreias* nunca são fáceis, por isso, depois de muito pensar, resolvi trazer velhos (ou nem tanto) conhecidos para a minha: há algum tempo, fuçando na ainda restrita aos EUA CD Baby, encontrei um pessoal com um som no mínimo interessante: Greg Patillo e seu beatbox na flauta transversal, Eric Stephenson, com seu cello bem clássico, mas com pitadas de rock e Peter Seymour, com seu contrabaixo altamente jazzístico. Tudo muito bem-executado, mas sem as pompas de artistas do mainstream. Era catalogado como jazz, mas ouvia-se uma grande mistura que me agradou muito, apesar do beatbox me remeter ao hip-hop, que nunca fui fã.


O Project Trio é formado por músicos de primeira linha. Todos fizeram parte de importantes orquestras e já até dividiram o palco com figuras conhecidas, como Wynton Marsalis. O diferencial é o fato de serem educadores. Nascido no Brooklyn, o grupo desenvolve um belo projeto de educação musical direcionado aos jovens que cresce a cada dia, atingindo até mesmo outros continentes. Os conheci quando do lançamento de seu primeiro disco, "Winter in June", de 2007. A faixa que prendeu minha atenção foi "Fables of Faubus", de Charles Mingus. Como não encontrei a versão de estúdio no Youtube, aqui vai um vídeo da época, mostrando bem o espírito de música independente presente no trabalho dos caras:


Aliás, o trabalho gráfico dos CDs é bastante simples e até meio tosco em alguns aspectos, o que dá uma atmosfera toda especial: são grandes músicos, mas de carne e osso como qualquer um de nós. No YouTube há vários vídeos do Projecttocando nos mais inusitados lugares, de elegantes palcos a barulhentas estações de metrô. Muito inspirador. E se a flauta do Patillo nos faz lembrar logo do Jethro Tull, eles sabem disso e trataram de dar sua roupagem à versão de Bouree no segundo disco, "Brooklyn", lançado em 2009. Aqui, um vídeo de uma execução ao vivo:


Mas nem tudo são covers. A maioria das músicas nos CDs é autoral e de uma qualidade altíssima. Vale a pena conhecer melhor e compartilhar por aí este grande trabalho. Contem aqui, nos comentários, o que acharam.

Links:
Site oficial: www.whatisproject.org/
CD Baby (todos os CDs à venda, com preview em todas as faixas): www.cdbaby.com/Artist/Project

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Este post foi publicado originalmente no site Troca o Disco, a qual sou colaborador. Confira mais posts e aproveite para conhecer o TDCast, podcast quinzenal dedicado à música. 

Por I. Malforea

Com o lançamento da segunda edição da coletânea Early Days (2014), com músicas dos três primeiros discos da Distintivo Blue, temos também o lançamento de mais uma edição especial da BLUEZinada!. Funcionando como um encarte, acompanha tanto a versão física quanto a virtual do disco. Traz curiosidades, letras e muita informação sobre este que já é o CD mais vendido do grupo. Colecione!

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Foto: divulgação
Por Marcelo Moreira
O guitarrista Eric Clapton costuma dizer que, quando tocava ao lado do texano Stevie Ray Vaughan, ficava muito preocupado, já que era impossível acompanhar e entender o que o mágico guitarrista de blues fazia, graças à genialidade e ao virtuosismo. Para Clapton e para a lenda do blues Buddy Guy, ninguém chegou tão perto de Jimi Hendrix como Stevie Ray.
Com sua banda de apoio, a Double Trouble – Tommy Shannon (baixo), Chris Layton (bateria) e Reese Wynans (teclados) -, Stevie Ray Vaughan passou como um furacão nos anos 80, revolucionando o jeito de tocar guitarra e resgatando o blues de mais um período de estagnação.
O mestre texano completaria 60 anos em 2014. A lista de seguidores é infindável, mas o lugar continua e vai continuar vago. A data, entretanto, começou a ser lembrada no ano passado como havia prometido o irmão mais velho, Jimmie, também guitarrista e espécie de guardião do legado e do acervo de Stevie Ray.
O primeiro lançamento daquela que promete ser uma série de produtos até o começo do ano que vem, por coincidência, também embutia uma efeméride: “Texas Flood'', o primeiro álbum do guitarrista, de 1983, completou 30 anos nas lojas em 2013. Foi seu primeiro registro fonográfico, mesmo aos 29 anos de idade, e resultado de uma vitoriosa (e polêmica) passagem pelo Montreux Jazz Festival no ano anterior.
Denso, hipnótico e conciso, “Texas Flood'' mostra um guitarrista hipnótico e extremamente técnico, mas com uma dose de espontaneidade e juventude que havia muito o blues não tinha. Seus fraseados de guitarra limpos e virtuosos influenciaram toda uma geração de músicos – Joe Bonamassa, Jeff Healey, Derek Trucks, Warren Haynes, Kenny Wayne Shepherd, Jonny Lang e muitos outros. “Stevie Ray mudou a forma de se tocar blues e levou adiante o trabalho de Jimi Hendrix'', reverencia Clapton em uma entrevista à Guitar Player norte-americana no ano 2000.
Foram apenas cinco álbuns de estúdio e um ao vivo, além de três vídeos obrigatórios. Mergulhou mais de uma vez ao fundo do poço nos excessos do álcool e das drogas, foram várias as internações para reabilitação, mas as descidas ao inferno foram proporcionais às vezes em que atingiu o topo como músico, ganhando a veneração de gente como Santana, Clapton, Buddy Guy, Albert King, Jeff Beck e muitos outros gênios.
O destino foi cruel demais com o genial guitarrista. Ironicamente, Stevie Ray Vaughan morreu quando finalmente parecia ter se convencido a largar as drogas, após mais uma longa internação em clínica de reabilitação. Segundo o baterista Chris Layton, que o acompanhava na famosa Double Trouble, o músico estava muito mais animado naquele ano de 1990 do que jamais estiveram nos cinco anos anteriores. E parecia que finalmente se sentia bem diante da sobriedade.


O guitarrista não teve muito tempo para desfrutar o período mais ameno. Pouco aproveitou o estrondoso sucesso de “In Step'', seu álbum de 1989, onde aproximava seu blues texano de um rock mais acessível e comercial. E nem chegou a ver nas lojas “Family Style'', o único álbum que gravou ao lado irmão, Jimmie Vaughan (ex-intergrantes da bandas Fabulous Thunderbirds).

Stevie Ray Vaugha (centro) com a Double Troube: o baterista Chris Layton (esq.) e o baixista Tommy Shannon (direita) (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Stevie Ray Vaughan deveria participar de um grande festival de blues no final de agosto de 1990 em uma região conhecida como Alinpe Valley, Estado de Winsconsin, nos Estados Unidos, nos arredores de um vilarejo chamado East Troy. Na jam session final, parecia com fome de blues ao se exibir ao lado do irmão Jimmie, de Eric Clapton e de Robert Cray.
Durante a madrugada de 27 de agosto, após o show, vários helicópteros foram colocados à disposição de músicos e técnicos para retornar ao aeroporto mais próximo. Não se sabe o porquê, mas Stevie queria porque queria voltar mais cedo para o aeroporto e ir para casa, mesmo com as condições péssimas do tempo, com muita chuva e nevoeiro.
Diante de tanta insistência, conseguiu um lugar na aeronave que levaria parte da equipe de palco de Eric Clapton – que também deveria estar no voo, mas desistiu à última hora de embarcar porque tinha mais gente querendo ir embora mais cedo.
Por volta de 1h daquela madrugada, três helicópteros decolaram sob intenso nevoeiro. Só dois chegaram ao aeródromo. Um deles, o que levava Stevie Ray Vaughan, chocou-se contra uma montanha nas proximidades de East Troy.
Morto aos 36 anos de idade, é venerado dentro meio musical. Deveria tocar em um festival de blues em Ribeirão Preto em setembro de 1990, embora ainda não tivesse assinado o contrato. Seus discípulos diretos na atualidade,  como Bonamassa, Derek Trucks e muitos outros, não hesitam: ele foi um gênio da guitarra.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizh6UrIk6pN8wwBWjcEXN9gj37Bks2XoGSs5c0CiCMAMqZQuyhM7YLLJBOG0nMNfp6B-8q7NnDvLBPBXSCjSk1IplFEi2WjlgN5OVMfmxf5eSKhPRUfgxi9Cj5PN4EN21zcsYissxKGz4/s1600/woman+with+guitar.jpg
Por Dr. K

A mulher é sem dúvida a causa “maior” das inspirações de poetas, pintores, músicos em geral, e porque não dizer para os bluesman? O que poderíamos falar do blues? Certamente que é a forma de expressão musical que demonstra dentre outras coisas a angustia, melancolia e tristeza de um cantor... E uma das causas desta tristeza, com certeza é a criação máxima de Deus, a mulher! Não falta blues que fala de um homem que teve um amor não correspondido, ou um amor que se foi, canções sobre mulheres sejam elas o grande amor, uma prostituta que “sabe se mexer”, a cafetina boa praça, ou até a própria mãe.

Como todos sabem o que mexe com a imaginação de todo homem é: mulheres, carros e dinheiro. Mas, quando o assunto é homem que gosta de música entra nesse grupo o item quatro chamado instrumento musical. Como nosso assunto é blues, não há nada mais interessante para um amante deste estilo do que... Mulheres que tocam blues!

Não vou entrar no básico, afinal, todos conhecem as histórias de Bessie Smith, Koko Taylor (de quem eu adotei a frase “Blues sem frescura e sem tapeação”), Janis Joplin e tantas outras. Eu quero falar de mulheres interessantes que tocam blues de primeira qualidade e são guitarristas profissionais, e respeitadíssimas no mundo “masculino do blues”.

Você já imaginou uma blueswoman rodando o sul dos EUA, viajando de carona, tocando para comer, dormindo ao relento e etc.? O blues feminino não é esse! Ele tem mais glamour, mas, não menos importante e interessante! Ele conta historias de grandes cantoras e como elas viveram e sobreviveram em cabarés, teatros e como eram prestigiadas! Totalmente diferente da imagem de vagabundo errante e descompromissado que carrega o bluesman! E a sua importância é tanta que existe uma tese de estudo americana (infelizmente não me lembro o nome da Universidade, e pra ser sincero... não estou disposto a procurar!) que defende a criação do blues sendo obra das mulheres!!!

Agora dá pra imaginar um Steve Ray Vaughan de saias? Uma Muddy Waters? Uma  Jimi Hendrix? Isso dá! Não só dá como existe, e te digo... Os marmanjos além de amá-las como mulheres belas e sensuais... Também as admiram (com todo mérito próprio, claro!) como guitarristas! E digo mais! Elas põem muitos machos no chinelo como instrumentistas! Então vamos falar de poucas só para dar água na boca!

Erja Lyytinen: esta finlandesa está arrebentando lá no Europa com a sua slideguitar! Sim, temos uma garota bela que arrasa no slide, técnica usada por mestres como Johnny Winter, Muddy Water, Rory Gallagher, Ry Cooder, e outros. E você acha que é um belo rostinho empunhando uma guitarra? Belo rostinho sim, mas, olha o curriculum da moça:

- O segundo álbum de Erja,  “Wildflower” , que ela também co-produziu, foi oficialmente lançado em Junho de 2003 em um dos maiores festivais da Finlândia, o Puistoblues, onde abriu shows para Koko Taylor e Bonnie Raitt.

- Em 2005 assina com a Ruf Records (Alemanha) e imediatamente foi para os EUA para colaborar em um projeto com os artistas de blues inglês Ian Parker e Aynsley Lister. O resultado, o álbum  “Pilgrimage” , foi um enorme sucesso e levou-os a turnês nos EUA e Europa, assim como à gravação do DVD  “Blues Caravan 2006 - The New Generation” .

- Erja retornou aos EUA em 2006 para gravar seu primeiro álbum solo pela Ruf Records,  “Dreamland Blues” , tendo no time de músicos David e Kinney Kimbrough (filhos do falecido e lendário músico do Mississippi, Junior Kimbrough).

- Hoje é classificada como a quarta melhor slideguitar da Europa (sem distinção de gênero masculino ou feminino)!

Deborah Coleman: Coleman nasceu em 03 de outubro de 1956, em Portsmouth, Virginia, em uma família de músicos.

- Em sua carreira ganhou o Prêmio Orville Gibson de "Melhor guitarrista de blues, Feminina" em 2001, e foi nomeada para o WC Handy Blues Music Award nove vezes! O WC Handy é o mais importante prêmio da música no mundo do blues! Só a indicação de um ano para qualquer categoria já te põe na história do blues, imagine nove vezes? Ela então se tornou um dos mais requisitados artistas do blues em estúdio e acompanhamento!

- Seu trabalho tem sido comparado por especialistas no assunto como um cruzamento entre Jimi Hendrix e Tracy Chapman.

- Ela é conhecida pela sua alta energia, e carismática em suas performances ao vivo. Sempre presente em grandes festivais internacionais de blues e sempre como destaque. Podemos citar os festivais do Atlântico Norte Blues Festival 2007, Waterfront Blues Festival 2002, Monterey Jazz Festival de 2001, Ann Arbor Blues and Jazz Festival de 2000, Sarasota Blues Festival 1999, a San Francisco Blues Festival 1999, Fonte Blues Festival 1998, e outros.

Sue Foley. Esta loira nasceu em 29 de março de 1968, Ottawa , Ontário , Canadá. Foley começou a escrever e tocar profissionalmente em 1984.  

- Sua carreira começou primeiro em Ottawa , no Canadá, na idade de dezesseis anos, onde, além do trabalho solo, ela cantou com o cantor John Revue.  Foley enviou uma demo tape de si mesma para Clifford Antone s label '(diretor da Antone's Records) em 1990. Impressionados, a gravadora conseguiu uma audição para o guitarrista. Contratada ela se mudou para AustinTexas.

- Desde então ela tem gravado dez discos , pela Antone's Records e pela gravadora Shanachie Records. Ela passou mais de 14 anos na estrada como líder de banda , vocalista, guitarrista e gerente de sua própria banda.

- Além de turnê própria, ela também dividiu o palco com músicos fundamentais para o blues, como o Back Alley John , BB King , Buddy Guy e John Lee Hooker .

- Em 2000, Foley ganhou um Juno Award de Melhor Álbum de Blues por Love Comin 'Down.

- Já esteve no Brasil em 1995 para o Festival Nescafé and Blues.



Ana Popovic – Ana é um monstro (no bom sentido da palavra é claro!)! Imagine o cruzamento de uma Angel da Victoria Secrets com... Steve Ray Vaughan!!!! Eis que o mundo do blues apresenta Ana Popovic! Uma garota sensual, bela... E que toca muito bem a sua guitarra!

A primeira coisa que nos chama atenção em Ana é a sua beleza, que não está só na aparência, reside também na guitarra! E todo o universo blues se rende a essa loirinha quando ela sobe no palco e destila o seu venenoso blues! Não acredita? Dê uma olhada no curriculum da moça:

- Em outubro de 2000, Ana viaja para Memphis para gravar seu primeiro album, já pela Ruff Records.


- No mesmo ano Ana reune vários artistas, incluindo Bernard Allison, Eric Burdon, Walter Trout, Popa Chubby, Jimmy Thackery, Taj Mahal e Buddy Miles em um CD tributo a Jimi Hendrix, o 'Blue Haze ". Sua contribuição é uma versão de Hendrix 'Belly Button Window.

- Em 2001, Ana aparece como "convidada especial" na turnê de Bernard Allison.

- Em 2002 Ana faz parte da União Europeia 'Jimi Hendrix Tribute Tour "com o mestre Walter Trout . Ela também recebe três indicações para o Blues Awards 2002 na França: 'Melhor Cantor', 'Melhor Guitarrista e Melhor Álbum.

- Em 2003 Ana retorna a Memphis e grava seu segundo álbum pela Ruf Records. Metade do álbum foi produzido mixado pelo gigante dos estúdios de blues David Z (Prinz, Buddy Guy, Jonny Lang). Ana recebe uma nomeação na prestigiada WC Handy Awards, em Memphis, para Best New Artist de 2003 (o único artista do continente europeu já nomeados nesta categoria).

- O ano também vê Ana como endorser das guitarras 'Fender' e cordas 'DR artesanal "pela primeira vez. Durante o "Rhythm & Blues Fest 'em Peer, Bélgica, Ana é convidada para o palco pelo" O Rei do Soul ", Solomon Burke, que logo a convida para acompanhá-lo como uma convidada especial para o resto de sua turnê.

- Em 2004 Ana torna-se endorser da Ovation Guitars. Junto com sua banda, ela ganha o prêmio de prestígio jazz em Juan Le Pins, França.

- Em 2006 Ana é convidada para o lendário "Blues Cruise 2006" - Ela é a primeira artista da Europa a sempre ser chamada para participar deste cruzeiro de prestígio com a sua banda. Em Fevereiro Ana é nomeada como a '"Blues Artist of the Year " pelos leitores da BluesWax Magazine. Outros candidatos foram Tab Beniot e Joe Bonamassa. Em julho Ana recebe 4 indicações para o Living Blues Awards 2006. Ela é selecionada nas categorias 'Melhor DVD de blues de 2005', 'Melhor Intérprete Live', 'Melhor Artista Feminina Blues' e 'Mais notável músico (guitarra)

- Em 2009 Ana tem a grande honra de dividir o palco com BB King

- Em 2010 Ana é nomeada para o British Blues Awards.

E então? Temos que tirar o chapéu para as mulheres no blues, que definitivamente dominou um ato que era puramente masculino, o ato de tocar guitarra. E o dominou com maestria deixando orgulhosos os grandes mestes do blues, que um dia empunharam este instrumento sagrado! Mulheres que vivem de suas guitarras, que fazem um blues fantástico e nos encantam em todos os sentidos!

Um brinde as mulheres e as suas guitarras!

Blues capixaba, de graça pra você
Por I. Malforea

Acabo de descobrir uma banda muito boa, do Espírito Santo. Cheguei até ela pelo Facebook. Encontrei o clipe abaixo em algum lugar e curti muito. O riff até lembra o que usamos em "De Cara no Blues". Muito bom. Confira "Expresso do Blues":




É um blues muito bem executado, com ótimos timbres. Chama a atenção as backing vocals, que dão um brilho extra ao trabalho e ao visual da banda. No site oficial não há muitas informações. Apenas o básico sobre o mais novo EP, "#3", que acabaram de lançar, inclusive o link para download gratuito, em formato wav. Destaco "Amanda Blues", que me remeteu a algumas coisas dos anos 80, tanto pelo estilo de vocalização quanto pelo reverb na bateria e a espacialidade da música. Vale a pena conferir. Acesse também a fanpage e fique sempre por dentro do que a banda faz por aí. Se encontrar os discos anteriores, nos avise nos Comentários, logo abaixo do post. Estamos curiosos. Enjoy, Joe!



Nova edição da BLUEZinada! confira!

Nem demorou tanto, e já temos nova edição da BLUEZinada! Nesta edição falamos um pouco sobre nossa Turnê Nordeste 2014.1, nossos novos projetos de lançamento para este ano, letra comentada de música nova e o grande Artur Menezes, no Brazuca da Vez. Confira!

Para baixar BLUEZinada! #005, CLIQUE AQUI





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