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2016



Distintivo Blue fecha 2016 com mais uma novidade: as CCCJL Sessions.

Durante todo o ano de 2016 a banda manteve ensaios regulares, duas vezes por semana, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, além de ensaios em estúdios pagos. Nesse período fez shows, gravou clipe, amadureceu suas músicas e teve muitas, muitas boas ideias. Mas, nem tudo são flores: o Centro de Cultura, um excelente espaço cultural mantido pelo governo do estado da Bahia em nossa cidade-natal, Vitória da Conquista, foi construído na década de 80 e nunca sofreu grandes reformas até 2013, quando teve sua sala principal interditada por diversos fatores, principalmente relacionados à segurança, impedindo a realização de qualquer evento com presença de público.

Não é novidade que estamos entre os maiores pagadores de impostos no mundo, e que vivemos no país do desperdício, impunidade e descaso. Como é possível, neste país, elementos tão importantes para o bem estar social acabarem sucateados e deixados de lado? O Centro de Cultura clama pela atenção de todos os cidadãos. Pressionemos as nossas "autoridades" para que usem BEM o dinheiro que somos forçados a lhes entregar. Queremos o CCCJL de volta, e já! Nossos impostos e tributos devem retornar à sociedade sob a forma de benefícios! Cultura, educação, saúde, estrutura e segurança.

Esta série de vídeos tem o objetivo de mostrar o resultado de tanto tempo de trabalho, utilizando o espaço do CCCJL, chamando a atenção para sua grave situação: o cenário é dramático: invertemos nossa posição no palco para mostrar a velha e defasada arquibancada, vazia, com cadeiras velhas e quebradas. A (ausência de) paleta de cores remete ao luto: nosso tão querido principal espaço cultural se transformando em mais um elefante branco brasileiro, felizmente ainda zelado com carinho por bravos e guerreiros funcionários e prestadores de serviço. Em meio a isso a DB toca algumas de suas músicas (incluindo as ainda não-lançadas) e covers, seguidas de conversas informais sobre cada uma. A cada semana, um vídeo novo. Confira, compartilhe e apoie a cultura baiana neste momento dramático.




VIVENDO BLUES
Wylsel Junior

De manhã bem cedo
Quando meu amor me beija
É que lembro quem eu sou
Lhe preparo um café
Ponho o meu chapéu de lado
E assim de braço dado
Lhe acompanho ao ônibus
O dia tá só começando
E eu já to vivendo mais um blues

A vida nunca foi fácil
Sempre muito pra fazer
Muito pouco pra ganhar
Todo tempo pra dever
Mas tem que ser desse jeito
Se quiser viver na terra
Todo mundo tem sua cruz
Eu aprendi desde moleque
Deus também escreve blues

Deixei muitas cicatrizes
Umas boas outras más
Mas se depender de mim
Hoje vou viver em paz
Que atire a primeira pedra
Quem andou só direitinho
Quem não cede e nem seduz
Quem não quer ser ser humano
Nunca entenderá um blues

Muita 'pala' no estilo
Muita pose pra fazer
Toda história bem montada
Chama o Jack pra beber
Não me importo com a cara
Puxa vida quanto estilo
Esse tipo que você faz na luz
Eu entrei nessa sem escolher, meu irmão
Eu vou morrer cantando blues


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Gravado e editado no verão de 2016, em Vitória da Conquista-BA

Idealização e produção: I. Malforea (DIY!)


Distintivo Blue é:

I. Malforea - voz e violão
Rodrigo Bispo no Baixo - contrabaixo e voz
Lavus Bittencourt - guitarra e voz
Nephtali Bitencourt - Bateria e voz

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Este vídeo é um oferecimento de

Distintivo Blue American IPA
Blues autoral, cerveja artesanal

www.distintivoblue.com
www.bluezinada.com.br




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A capa do bootleg remete ao próprio cartaz do show

Em 20 de dezembro de 2016 a Distintivo Blue se reuniu em formato compacto, acústico, para o lançamento das cervejas da Brutos Beer, incluindo a Distintivo Blue American IPA, no Santo Antonio Supermercado, em Vitória da Conquista-BA. Os Joes sempre gravam suas apresentações para simples registro e para corrigir erros. Fazia bastante tempo que não se apresentavam em formato acústico, ou "orgânico", em alusão ao quarto EP da banda, lançado em 2014.

Ao ouvir algumas faixas e achar interessante o resultado, captado por um gravador Zoom H4n posicionado à frente do grupo, com edição mínima (apenas algumas faixas ficaram de fora, alguns espaços vazios e locuções), a DB resolveu disponibilizar aos fãs como bootleg. Foi uma experiência diferente, num lugar incomum, que nos despertou novamente o interesse por apresentações acústicas minimalistas. Esperamos que curtam.

Obs.: este bootleg não será disponibilizado para download: apenas streaming.





Tracklist (com as músicas da DB em negrito):

1) Vivendo Blues (Wylsel Junior)
2) Bucking Blues and Some Perky Loonies (Camilo Oliveira, Distintivo Blue)
3) The Thrill Is Gone (Roy Hawkins, Rick Darnell)
4) De Cara no Blues II (Thomaz Oliveira, Distintivo Blue)
5) Little Wing (Jimi Hendrix)
6) Tanto (I Want You) (Bob Dylan, v. Chico Amaral)
7) Meu Amigo Blues (I. Malforea)
8) Sweet Home Chicago (Robert Johnson)
9) Pride and Joy (Stevie Ray Vaughan)
10) Diglett Blue (I. Malforea, Lavus Bittencourt)
11) Puro Malte (Flávio Guimarães, Greg Wilson)
12) Let The Good Times Roll (Louis Jordan)
13) Mustang Sally (Mack Rice)
14) Blowing in the Wind (Bob Dylan)
15) 2012, Miopia (I. Malforea)
16) Na Trilha do Blues (Thomaz Oliveira)
17) Doze Horas (I. Malforea, Distintivo Blue)






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Yeah! Nosso quarteto de velhinhos favorito lançou, após cerca de uma década, um novo álbum de estúdio, Blue & Lonesome, totalmente dedicado ao blues. Saiu em 2 de dezembro e, diz a lenda, os Stones estavam no estúdio British Grove, do nosso herói Mark Knopfler, tentando gravar um álbum de inéditas, mas emperraram um pouco. Daí resolveram desenterrar alguns velhos blues para entrar no clima e... Três dias depois, tinham material suficiente para lançar um álbum só com eles. 

E ficou sensacional: a sensação é a de que os caras voltaram aos anos da Invasão Britânica e gravaram um bom conjunto de standards, passando por Little Walter, Howlin' Wolf, Willie Dixon, Memphis Slim, Buddy Johnson, e por aí vai. São doze ótimas faixas, gravadas propositalmente à moda antiga: ao vivo em estúdio, e sem overdubs. Temos aqui a presença marcante de Mick Jagger na gaita, sem grandes virtuosismos, mas inundados de feeling. Quem precisa de firula quando se tem suor na testa? 

Mick Jagger, sempre digo, é um cara que engana: sua voz parece ser daquele tipo que não estraga por não castigar seu dono, como fez Robert Plant ou Axl Rose, o que pode até ser verdade, comparando com esses, mas chegar à casa dos 70 com uma ótima e potente voz não é pra qualquer um. Na verdade, esse cara fez algum pacto com o diabo, só pode... basta vê-lo em ação pra perceber que tem o blues nas veias, à la Robert Johnson.

O fato é: não há como um bom admirador do bom e velho "blues de raiz" não gostar desse álbum. Quem não conhece a discografia pode ser facilmente enganado se alguém disser que tem quarenta e poucos anos. Muitas vezes me lembrou algumas gravações dos Yardbirds. Por sinal, há a sutil participação do deus da guitarra, Eric Clapton em duas faixas, entre elas a que fechou maravilhosamente o disco: I Can't Quit You Baby, do mestre Dixon. 

Finalizando, já ouvi algumas vezes esse disco e continuo me surpreendendo. O único defeito talvez seja ser um pouco curto: apenas 42 minutos, justamente por ser o blues cru dos bons tempos de Muddy Waters, sem encheção de linguiça. É o tipo de álbum que eu compraria o disco original para exibir na estante. Os Stones fizeram, despretensiosamente, um dos mais belos discos de blues dos últimos tempos, mesmo num ponto da carreira em que não precisam provar mais nada a ninguém. Agora, nos resta ouvir bastante enquanto esperamos o tal disco de inéditas. Aumente o volume e abra sua cerveja!






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Theo Reijnders em ação. Vale a pena conhecer seu trabalho.



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Produzido e apresentado por Tony Steidler-Dennison direto de Iowa City, EUA, o Roadhouse Podcast está na ativa desde fevereiro de 2005. Seus episódios sempre são disponibilizados aos sábados, trazendo uma incrível seleção com os melhores blues, de artistas conhecidos mundialmente ou mais obscuros. Experimente e passe adiante!

Site Oficial
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Descrição do Episódio:


We’re down to two Roadhouse hours left in 2016. What’s up in the 51st hour of the year? The Rolling Stones, JW-Jones, Michael Burks, David Bromberg Band, and The Blind Boys of Alabama. If it’s cold where you live, this one will keep you warm. If it’s warm, I think you’ll find this to be a very cool hour. In any case, you know it’s going to be another hour of the finest blues you’ve never heard – the 617th Roadhouse.
The Roadhouse Podcast 617 Show Notes
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Roomful of Blues
I Told Santa Claus
Bullseye
Roomful of Christmas
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Big Bill Morganfield
Help Someone
Black Shuck Records
Bloodstains On The Wall
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The Rolling Stones
I Gotta Go
UMGRI Interscope
Blue & Lonesome
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Preston Shannon
X-Mas Blues
Bullseye
Bullseye Blues Christmas
Amazon mp3 | iTunes
JW-Jones
Same Mistakes
Solie Blues Records
High Temperature
Amazon mp3 | iTunes
Kelley Hunt
I’ve Got A Good Feeling
88 Records
The Beautiful Bones
Amazon mp3 | iTunes
Colin James & The Little Big Band
Shake Hands With Santa Claus
EMI Canada
Christmas
The Mick Fleetwood Blues Band
Rollin’ Man Meets the Voodoo Woman (feat. Rick Vito)
Belly Up Live
Live At The Belly Up
Amazon mp3 | iTunes
Michael Burks
Christmas Snow
Alligator
Alligator Records’ Genuine Houserockin’ Christmas
Amazon mp3 | iTunes
David Bromberg Band
You Don’t Have To Go
Red House Records
The Blues, The Whole Blues, and Nothing But The Blues
Amazon mp3 | iTunes
Buddy Guy
Poison Ivy
Silvertone
Rhythm & Blues
Amazon mp3 | iTunes
Damon Fowler
Wrong Side of the Road
640438 Records DK
Damon Fowler Live
Amazon mp3 | iTunes
The Blind Boys of Alabama
Born in Bethlehem
Omnivore Records
Go Tell It On The Mountain
Amazon mp3 | iTunes
Deanna Bogart
Almonjoi [Intermission]
Vista
11th Hour
Amazon mp3 | iTunes
Music Bed:
Rod Piazza & The Mighty Flyers
Con-Vo-Looted
Delta Groove
Almighty Dollar
Amazon mp3 | iTunes
Creative Commons License

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Pôster promocional de 1971

Os que se interessam por música o suficiente para não tê-la como mero pano de fundo em suas vidas devem ter notado que há dois dias vários sites e blogs pelo mundo colocaram em evidência o álbum sem título do Led Zeppelin, chamado por alguns simplesmente de "4" ou o "álbum dos quatro símbolos". Comemoramos em novembro os quarenta e cinco anos de lançamento desta pérola do rock, que serviu para mostrar ao mundo o quão grande era (e viria a ser) esta incrível banda inglesa.

Bom, não vou ser mais um a contar a história do grupo ou do próprio disco. Pra isso existem milhares de sites e livros (incluindo a super biografia Led Zeppelin: Quando os Gigantes Caminhavam sobre a Terra, que já tratei de falar aqui), quase todos muito bem-escritos. Aqui vou falar um pouco da minha própria experiência com o disco e como nunca mais fui o mesmo depois de entrar em contato com ele.

Antes de mais nada é bom lembrar que nasci em 1983, portanto quase nunca tive a felicidade de ir a uma loja de discos esperar ansiosamente por um novo álbum de uma de minhas bandas favoritas. Quando eu nasci, pra muita gente o rock já tinha morrido. Mas esta história começa muito tempo depois, quando eu tinha uns quatorze ou quinze anos, quando eu nem sonhava em CDs (apesar de já existirem há um bom tempo, no exterior), telefones celulares e muito menos internet. Quando se queria saber algo sobre uma banda, a única alternativa aqui em Vitória da Conquista-BA era fuçar as bancas de revistas e conversar com os amigos, que em sua maioria não saíam do lugar-comum baiano chamado axé. Argh!

Por sorte, minha mãe e meu tio sempre ouviram coisas legais e pude acompanhar todo o cenário musical dos anos 80. A esta altura já começava a criar asas, comprando fitas cassetes piratas de Raul Seixas e gravando as minhas próprias compilações. Certa vez, meu tio me deu quase todas as suas fitas. Estávamos naquele período onde o CD ameaçou explodir no Brasil e nem se sonhava em CD-Rs. Ou se comprava original, ou se continuava nas fitas e nos LPs. Dentre essas fitas havia uma bem interessante: uma coletânea, gravada de discos de vinil, sendo que não havia intervalos entre as músicas. Antes de uma acabar, já começava a outra. Pra mim isso era fantástico! O cara que gravou tinha duas vitrolas! Algo surreal pra um garoto que já sabia mexer em todas as funções dos toca-fitas, rebobinava com caneta BIC e sabia resolver o velho problema das fitas emboladas no deck com maestria.


A minha querida Grey K-7

O lado A já começava com uma música intrigante: começava com um violão, seguido de uma sombria flauta. Depois vinha uma voz ainda mais sombria, como vinda do além. A música ia crescendo. Entrava uma bateria, uma guitarra um tanto tímida até explodir em algo que eu não entendia direito, mas gostava. Parecia familiar. Muito provavelmente essa fita era tocada quando eu era bem pequeno. Quando a música acalmava, no que parecia ser o final, entrava, pra acompanhar a solitária voz, outro violão, diferente, mas parecido. Aquilo tudo somado ao chiado do vinil-fonte, criando um clima cujo CD nenhum seria capaz de reproduzir. Era muito sinistro e ao mesmo tempo hipnotizante.

Essa segunda música era parecida com a primeira: começava calma, explodia com guitarras, bateria e muito peso, pra depois se acalmar, como o sol que aparece depois de uma noite tempestuosa e violenta. Depois dessa faixa viria outra, mais parecida com a segunda que com a primeira. Eu não entendia mais nada. A fita não tinha nada além de um "reprodução" escrito no lado A. Era cheia de músicas boas e eu não sabia o nome de nenhuma. Nem sabia se essas três primeiras eram da mesma banda. Achava que seguiam um certo padrão e que poderiam sim ser de um só grupo.

Passado algum tempo descobri o nome da primeira: Stairway to Heaven. A melhor de todas, a minha preferida na época. As outras ainda não sabia, pois não tínhamos Google e meus amigos gostavam mais de futebol do que de qualquer outra coisa. Depois descobri mais um pouco: a segunda era dos Scorpions, banda que depois descobri que era alemã e não tinha nada a ver com o Led Zeppelin. Aliás, por um bom tempo achei que Stairway to Heaven fosse dos Scorpions, porque, sabe-se lá o motivo, acreditei numa bobagem que me falaram. O fato é: eu conhecia muitas músicas, mas não sabia o nome de quase nenhuma, muito menos os nomes das bandas. Inglês pra mim era como aramaico primitivo.

O tempo passou e os CDs ficaram populares. Os primeiros piratas começaram a aparecer, mas eu não fazia idéia de como piratear um. Ainda não se vendia por aí gravadores como frutas na feira. Havia uma loja, onde eu sempre entrava pra ver os CDs. Era um mundo mágico, onde tudo parecia caro demais pra mim. Eu só podia olhar mesmo. Enquanto isso, nas grande cidades, imagino que já era a coisa mais banal do mundo. Eu já sabia a diferença entre Led Zeppelin e Scorpions. Como minhas referências vieram da Grey K-7, pra mim eram bandas muito parecidas. Stairway to Heaven era a única música do Led que eu conhecia conscientemente. Scorpions era mais acessível. Passava até nas rádios. Ah, eu já sabia que a faixa 3 se chamava Still Loving You. Parecia um pouco com a segunda, uma tal de Holiday.

Achei dois CDs que viraram meu sonho de consumo por meses: um era do Led Zeppelin. Era duplo. Se chamava Remasters. Olhei a setlist e, pra minha felicidade, lá estava Stairway to Heaven, a música mais espetacular que já ouvira. R$40,00, uma fortuna! O outro CD estava ao lado. Era dos Scorpions. também duplo. O título era Deadly Sting: The Mercury Years. Olhei a setlist e lá estava, na faixa 3 do disco 1, Holiday, a música mais parecida com a música mais espetacular que já ouvi! E eu era só um moleque que nunca ganhou mesada. Esse também custava R$40,00. Um sonho impossível.


Sonhos de consumo de um adolescente

Pra encurtar a história, passei meses sonhando e indo até a loja. Os CDs eram lacrados, então eu não podia ver os encartes, como eram as mídias e nada mais do que a capa e a contracapa. Uma tortura. O tempo passou e o natal chegou. Meus pais me perguntaram o que eu gostaria de ganhar de presente. Numa explosão de felicidade os levei até a loja e mostrei os discos, na esperança de ganhar ao menos um. Decidiram cada um me dar um, me deixando em felicidade plena. Só que só me entregariam na noite de natal. Torturas de pais. Muitas vezes pensei que eu poderia cometer um erro fazendo isso, afinal eu só conhecia uma música do Led e pouco mais dos Scorpions. Isso conscientemente. Lembro de pensar: "Bom, uma banda que cria uma música como essa não tem como ser ruim". Me referia aos ingleses. Eu estava certo.

Com os discos em minhas mãos pude finalmente conferir o conteúdo. Que caras medonhos! Eu já estava habituado aos padrões visuais (e sonoros) do Guns n' Roses e me pareceu um monte de velhos com bigodes horríveis. Mas o importante era o som. O Scorpions tinha várias músicas conhecidas e que ainda tocavam na rádio. Foi mais fácil me adaptar. Eram muitas músicas. Teria muito tempo pra ouvi-las incessantemente, como já fazia. Eram outros tempos, onde não existia a possibilidade de ter milhares de músicas instantaneamente, nos forçando a não ouvir nenhuma com atenção. Ainda degustava-se um disco lentamente. O CD do Led era mais impactante. Eram timbres que remetiam ao antigo. Por vezes achei as músicas leves demais. Nem imaginava que o Guns n' Roses apenas usava os recursos e efeitos que esses caras criaram do nada.

Reconheci algumas músicas, mas não tantas quanto as do Scorpions. Algumas vezes achei trechos meio clichês, sem imaginar que só o eram porque os caras foram copiados de todas as formas possíveis e eu reconhecia os trechos através de outros artistas. Mais ou menos a sensação que tive ao mergulhar nos Beatles pela primeira vez. Lá estava, ao fim do disco 1, Stairway to Heaven! Sem chiados, limpíssima, no falecido micro-system da Aiwa. O violão inicial parecia mais baixo. Que estranho! Nunca passaria por minha cabeça que o título Remasters fosse um trocadilho que explicava o porquê dessa diferença. Daí em diante o Led Zeppelin passou a ser a maior banda do universo pra mim, e os Scorpions caíram em meu conceito, principalmente por fazerem tantas jogadas comerciais demais pra um ouvinte atento. Suas baladas tiveram tantas versões diferentes que me convenci de que a banda já havia acabado e não tinham coragem de assumir. O Led não. Acabou por um motivo trágico. Os caras foram forçados a parar num momento de plenitude. Hoje, ao ler o livro já citado, vejo que não era bem assim. Mas ainda é mais digno.

O tempo passou e comecei a cantar, entrei em bandas onde me atrevia a interpretar o Led sem alterar os tons das músicas. Coisa de maluco. Decidi nunca mais me maltratar assim. Conheci várias outras bandas, o blues, o jazz, o tango... tanta coisa maravilhosa de se ouvir e tocar. E agora, aos 40 anos daquela que ainda é pra mim a música mais espetacular já criada por alguém me veio toda essa história na mente. A última música do lado A desse disco. Um disco essencialmente místico e sombrio. Sua versão remasterizada perdeu um pouco dessa essência. A prova disso é que, em minha fita cassete, gravada do vinil eu sentia toda a áurea sobrenatural emanada por Jimmy Page em seu auge. Ao ler o livro e ouvir essa versão única vejo claramente essa conexão. Nem era preciso sequer saber o nome da música ou da banda. A mensagem era passada instantaneamente. Isso é a verdadeira razão de ser da música. Passar uma mensagem, um sentimento. O Led Zeppelin IV é uma obra tão sincera que conquistou o mundo. Imagino quantas histórias como a minha existem por aí. Então, nesses 45 anos de mensagens, o mínimo que podemos oferecer ao grande quarteto fantástico é nossos sinceros parabéns e nosso mais que sincero "obrigado".

Ouça abaixo as duas primeiras faixas da velha Grey K-7: Stairway to heaven (1971) e Holiday (1979).






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Apresentado por Jeremy Rees, Soul of the Blues é um programa semanal independente dedicado ao blues, apresentado na Radio Cardiff (País de Gales, UK). Sua linha passeia entre o blues e soul, das raízes do Mississipi, passando pelo rock clássico, R&B e Southern Soul.

A apresentação ao vivo se dá nas quartas às 9 da manhã (horário de Cardiff) e a versão podcast é liberada sempre aos domingos, inclusive no iTunes. 


Soul of The Blues é membro da IBBA - the Independent Blues Broadcasters Association:http://www.bluesbroadcasters.co.uk/



Descrição do episódio:

This week's edition features tracks from William Bell, Jo Harman; Alyssa Sequoia;
Chris O & Didi van Fritz ; Beverley Knight; Adam Sweet; Larry Griffith Band; Rebecca Downes; Jon Spear Band; Kat & Co; Richard Townend & The Mighty Bosscats;
Sugarman Sam and The Voodoo Men and Marvin Sease
Produced & presented by Jeremy Rees, this edition was broadcast on Radio Cardiff 98.7FM on Wednesday 21st December 2016, and was also heard in syndication on radio stations in Australia, Germany, Greece, New Zealand, Puerto Rico, Spain, Slovakia, USA and in the UK.

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Vivi Campos é produtora e apresentadora do BluesJazzeando

O programa BluesJazzeando é apresentado todas as quintas, das 19h às 20h, direto da Argentina, com produção e apresentação da atriz e locutora Vivi Campos. Siga-a no Mixcloud e nunca mais perca um programa.



Descrição do episódio:

"BluesJazzeando"
Un viaje en el Tiempo, con historias y ritmo!
-Programa De Radio-Idea, Producción y Conducción: VIVI CAMPOS
PRODUCCIÓN EJECUTIVA: "CABALLITO BLUES" José Luis Castagnaro
2da. Temporada -TODOS LOS JUEVES, DE 19 A 20 HS,
SALIDAS por www.radioarroba.com
* PROGRAMA Nº 43 - JUEVES 22-12-2016- con ARTISTAS INVITADOS "EN VIVO" :
" SOL CABRERA "
EXCELENTE ACÚSTICO E INTENSA ENTREVISTA en el Estudio de Radio Arroba, presentando su NUEVO DISCO "SIMPLE", acompañada: en los Coros por su hija SOFÍA y por el TALENTOSO FRANCISCO MARTELLO !!!
Contactate a nuestra FAN PAGE: www.facebook.com/BluesJazzeando
"BluesJazzeando" by VIVI CAMPOS: vivkaart.wix.com/vivicampos



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Aumente o som, puxe a cordinha e caia no blues!

Música: Christmas Blues (Canned Heat)



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Natal é aquela época em que nos reunimos com quem gostamos, celebramos e renovamos nossa esperança de dias melhores. Seja você cristão ou não (já que se trata de um evento cristão), curta e aproveite momentos felizes como este, renovando sempre os princípios básicos de qualquer religião ou filosofia: FAZER O BEM!
Lembre-se sempre disso, aplique às infinitas possibilidades que a vida nos traz diariamente, e tenha a certeza de que os grandes Mestres se orgulhariam de você, independente de qual seja a sua forma de encarar a vida. E que venha o desafiante 2017: ao som do blues, teremos garra, força e, ao contrário do que tenta nos impor a correnteza, HONESTIDADE para vencer.
Seus amigos da Distintivo Blue / BLUEZinada!



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Distintivo Blue fecha 2016 com mais uma novidade: as CCCJL Sessions.

Durante todo o ano de 2016 a banda manteve ensaios regulares, duas vezes por semana, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, além de ensaios em estúdios pagos. Nesse período fez shows, gravou clipe, amadureceu suas músicas e teve muitas, muitas boas ideias. Mas, nem tudo são flores: o Centro de Cultura, um excelente espaço cultural mantido pelo governo do estado da Bahia em nossa cidade-natal, Vitória da Conquista, foi construído na década de 80 e nunca sofreu grandes reformas até 2013, quando teve sua sala principal interditada por diversos fatores, principalmente relacionados à segurança, impedindo a realização de qualquer evento com presença de público.

Não é novidade que estamos entre os maiores pagadores de impostos no mundo, e que vivemos no país do desperdício, impunidade e descaso. Como é possível, neste país, elementos tão importantes para o bem estar social acabarem sucateados e deixados de lado? O Centro de Cultura clama pela atenção de todos os cidadãos. Pressionemos as nossas "autoridades" para que usem BEM o dinheiro que somos forçados a lhes entregar. Queremos o CCCJL de volta, e já! Nossos impostos e tributos devem retornar à sociedade sob a forma de benefícios! Cultura, educação, saúde, estrutura e segurança.

Esta série de vídeos tem o objetivo de mostrar o resultado de tanto tempo de trabalho, utilizando o espaço do CCCJL, chamando a atenção para sua grave situação: o cenário é dramático: invertemos nossa posição no palco para mostrar a velha e defasada arquibancada, vazia, com cadeiras velhas e quebradas. A (ausência de) paleta de cores remete ao luto: nosso tão querido principal espaço cultural se transformando em mais um elefante branco brasileiro, felizmente ainda zelado com carinho por bravos e guerreiros funcionários e prestadores de serviço. Em meio a isso a DB toca algumas de suas músicas (incluindo as ainda não-lançadas) e covers, seguidas de conversas informais sobre cada uma. A cada semana, um vídeo novo. Confira, compartilhe e apoie a cultura baiana neste momento dramático.


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THE THRILL IS GONE
Roy Hawkins, Rick Darnell

The thrill is gone
The thrill is gone away
The thrill is gone baby
The thrill is gone away
You know you done me wrong baby
And you'll be sorry someday

The thrill is gone
It's gone away from me
The thrill is gone baby
The thrill is gone away from me
Although, I'll still live on
But so lonely I'll be

The thrill is gone
It's gone away for good
The thrill is gone baby
It's gone away for good
Someday I know I'll be open armed baby
Just like I know a good man should

You know I'm free, free now baby
I'm free from your spell
Oh I'm free, free, free now
I'm free from your spell
And now that it's all over
All I can do is wish you well

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Gravado e editado no verão de 2016, em Vitória da Conquista-BA
Idealização e produção: I. Malforea (DIY!)

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I. Malforea - voz e violão
Rodrigo Bispo no Baixo - contrabaixo e voz
Lavus Bittencourt - guitarra e voz
Nephtali Bitencourt - Bateria e voz

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