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» » » » » » Samantha Caracante mostra que é a verdadeira “Divina Diva” do Jazz no MS


Sempre gostei das frases de Friedrich Nietzsche. Sempre gostei de ver pessoas sentindo o artista no palco, animando-se e praticamente fazendo parte de um show, além de respeitar o artista. Na quinta-feira (19), no Centro Cultural Sesc Morada dos Baís, em uma noite chuvosa e chorosa como o jazz pede sempre, a cantora Samantha Caracante mostrou ao público porque hoje é considerada uma das melhores artistas do Mato Grosso do Sul. Em apenas um ano e meio de Campo Grande, vindo de São Paulo, a cantora-atriz conquistou seu espaço definitivamente. O show, “Divinas Divas”, deixou brilhos e sorrisos de felicidades a todos que assistiram.

Mas o que tem Nietzsche a ver com o show de Caracante na Morada? É que quando vi o público cantando e dançando na voz da artista, veio na mente a frase do filósofo prussiano: “E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”. Ao contrário do belo show do talentoso Antonio Porto, que ocorreu no mesmo local, o público sentiu, assistiu e participou ativamente do espetáculo apresentado por Samantha. Respeitou a artista. Não ficou “tagarelando” como ocorreu com Porto que foi desrespeitado, apesar do grande talento que ele é.

Samantha Carancante fez o que sabe fazer de melhor: cantar com voz e corpo. No repertório, canções eternizadas pelas “divas eternas do jazz” e mesclando com alguns blues. Acompanhando a artista, grandes músicos: Gabriel de Andrade (guitarra), Ivan Cruz (baixo), Marcus Loyola (bateria) e Mayson Lucas (sax), além da participação especial do grande guitarrista e descobridor de cantoras especiais, Luís Henrique Ávila, o show começou mágico com um instrumental. O público pode ouvir, cantar e dançar canções que foram interpretadas por Etta James, Billie Holiday, Nina Simone, Julie London, Sarah Vaughan, entre outras.

Assim, Samantha começou a cantar nada menos do que “Too close for comfort” eternizada por Ella Fitzgerald, encantando a todos. Vieram “My baby justa cares for me”, por Nina Simone; “Black Coffe”, uma das que gosto muito, cantada sempre por Ella Fitzgeral.“How deep is the Ocean” (Billie Holiday); “Cry me a river” (Julie London); o instante mágico onde Samantha cantou apenas acompanhada do baixo do excelente Ivan Cruz a canção “My Love is”. Lembrou-me muito a interpretação de Holly Goligtly. Encerrou assim o primeito set com “One for my baby”; “Put the blame on mane, boys” e “All or nothing at all”. Uma parada apenas de 10 minutos para recuperar o fôlego de todos de um show impecável!

No segundo set, novo instrumental dos grandes músicos, mostrando suas qualidades. Solos fantásticos do sax do jovem Mayson Lucas, seguindo da guitarra jazzística de Gabriel de Andrade, passando pelo talentoso baixista Ivan Cruz e a bateria incrível de Marcus Loyola. Samantha retornou com “Samba e Amor” (Chico Buarque), “Fellig Good” (Nina Simone), “Streigthen up and fly rigth” (Nat King Cole) e “At last” (Etta James). Na mudança do jazz para o blues, Samantha chamou para participação especial, o guitarrista Luis Henrique Ávila que a acompanhou  a linda e inesquecível canção “Pérola Negra” de Luiz Melodia e eternizada por Gal Costa. Também teve a participação do guitarrista Gabriel de Andrade. “I Just wanna make Love to you” (Etta James), ‘”Put a spel on you”, que particularmente adoro na voz de Annie Lennox – solo de guitarra em destaque; depois praticamente encerrando, “It’s too dar hot” e finalmente “Four Women”, duas belas canções de Cole Porter.

Samantha Caracante sem dúvida é um talento raro, singular e ousado em mostrar jazz em um Estado que sempre prestigiou mais o dito “sertanejo”. Ela abre esse espaço que era praticamente vazio no Mato Grosso do Sul, diferentemente do blues que sempre teve seu espaço e a cada ano vem crescendo com surgimento de novas bandas, músicos e espaços para esse estilo maravilhoso de som. Samantha cantou as “Divinas Divas”. Ela sim é uma “Divina Diva”. Show marcante para todos que compareceram no Centro Cultural Sesc Morada dos Baís.


Alex Fraga é jornalista, poeta, compositor e escritor. Com mais de 30 anos de carreira na imprensa, vive em Campo Grande-MS. Já publicou três livros, venceu prêmios de contos e poesia, trabalhou como assessor de imprensa, repórter, editor em diversas casas e foi editor-chefe do Jornal Diário da Serra. Hoje presta consultoria nas áreas de educação e jornalismo, onde se especializou.





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Publicado por Distintivo Blue

BLUEZinada! é uma zine produzida pela Distintivo Blue e distribuída gratuitamente, desde 2011. Saiba mais sobre a banda:

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