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» » » » » (MS) Bonito – Apesar de excelentes músicos, Mestre Blues faz show “morno”


A banda cuiabana Mestre Blues, segunda a entrar no palco no último dia do Bonito Blues & Jazz Festival, em suas primeiras músicas sinceramente não agradou. Na realidade o pensamento foi de imediato: o que ela estava fazendo ali naquele momento onde grande parte do público havia assistido um belo show de puro jazz da cantora Samantha Caracante, que havia cantado nada menos do que  Nina Simone, Cole Porter e canções eternizadas por Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald. Iniciou então com uma música autoral, lembrando a pegada do Barão Vermelho e deu continuidade com um estilo pop rock. Pareciam nervosos. O repertório inicial acredito que não era adequado para o segundo dia festival. A banda tocou “I shot the sheriff”, do Bob Marley, reggae que Eric Clapton assumiu tocar em várias apresentações, inclusive no Festival de Montreux, e o público gostou. No entanto, resolvi esperar um pouco mais, pois independentemente o que ela estava tocando, dava para notar o profissionalismo do trio de músicos.

Mas, gradativamente, Wellington Berê (baixista e vocalista), Manoel Izidoro (guitarrista) e Alberto Ramos (baterista), resolveram mostrar a arte de blues-rock, com um pouco de influência do jazz. Neste instante deu para animar um pouco e ouvir mais o trabalho da banda. Ao ouvir “Burn It Down” de Richie Kotzen, as coisas começaram a mudar radicalmente com a sintonia forte do baixo e a guitarra rasgando solos. Balanço bom e com um profissionalismo. O baixista Wellington Berê em certos momentos lembrou-me o genial Stanley Clarke. Muito balanço e sintonia. O baterista, Alberto Ramos por sua vez, às vezes teve a rapidez de Buddy Rich e a suavidade de Jack DeJohnette. Por fim, o guitarrista Manoel Izidoro, em seus solos,  mostrou que é um amante do trabalho de Stevie Ray Vaughan. Aliás, a banda deveria sim entrar com algum trabalho do Vaughan logo de cara. Mas o guitarrista manda muito bem.

A partir do momento que a Mestre Blues resolveu seguir o som verdadeiro do blues-rock, as coisas começaram a se encaixar corretamente como deveria ser desde o princípio. O repertório inicial atrapalhou a banda, mas por sua vez não tira o valor e a capacidade musical dos três músicos cuiabanos. Para terminara apresentação,a banda resolveu  tocar um cover da banda britânica de rock e new wave, Tear For Fears, que sinceramente não tinha nada a ver com festival. Ela fez um show “morno” com instantes de empolgação do público mais jovem.  A Mestre Blues mostrou que é uma boa banda, mas que precisa repensar no  repertório quando for apresentar em festivais como de Bonito que tem como proposta maior,  o jazz e blues. Poderia se encaixar talvez no primeiro dia do evento que foi dedicado praticamente ao rock n’ roll, pelo repertório apresentado.


Alex Fraga é jornalista, poeta, compositor e escritor. Com mais de 30 anos de carreira na imprensa, vive em Campo Grande-MS. Já publicou três livros, venceu prêmios de contos e poesia, trabalhou como assessor de imprensa, repórter, editor em diversas casas e foi editor-chefe do Jornal Diário da Serra. Hoje presta consultoria nas áreas de educação e jornalismo, onde se especializou.





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Publicado por I. Malförea

BLUEZinada! é uma zine produzida pela Distintivo Blue e distribuída gratuitamente, desde 2011. Saiba mais sobre a banda:

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