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» » » » » (MS) Os “acertos e erros” no Bonito Blues & Jazz Festival 2017

Público vibrou com as apresentações das bandas no Festival em Bonito.

Poderia em primeiro plano questionar muita coisa que pode ser melhorado no Bonito Blues & Jazz Festival, realizado no último fim de semana no município de Bonito – Mato Grosso do Sul. Mas, quero ressaltar em primeiro lugar que o evento que tem seu objetivo principal, a formação de um público, sem dúvida a cada ano está alcançando essa meta – que é um processo difícil e gradativo. Ouvir Blues e Jazz, e ter um público fiel em grandes centros, já é algo complicado. Agora em “terra” onde predomina o tal do “sertanejo universitário”, é mais ainda. Apostar sempre, para muitos, é coisa de maluco.

Mas esses tais “malucos” como Afonso Rodrigues Jr e Carlos Porto – promotores -, juntamente com |Luís Henrique Ávila e Clayton Sales, apostaram e apostam na consolidação do Festival. E sempre será uma luta constante, enfrentando críticas ferrenhas, como outras que podem ser captadas e acertadas para o ano seguinte. Em 2017, ocorreram alguns transtornos, como é natural em todo evento. Lembro-me que em 2012, fui no Festival Planeta Terra, no Jockey Clube de São Paulo, aconteceram graves problemas de som no show de Mallu Magalhães, que chorando teve que parar várias vezes para resolver o problema. No outro ano, tudo perfeito. Um aprendizado.

Não posso comentar aqui sobre os comentários “prós e contras” relatados pelas pessoas sobre o primeiro dia do Bonito Blues & Jazz Festival. Não estava presente e seria injusto de minha parte escrever algo. Escrevo apenas que no segundo dia, alguns percalços ocorreram sim, mas nada que deixasse a plateia impaciente. Mas, se houve transtornos na estreia, com certeza serviu de lição para que no próximo ano isso não aconteça. Na sexta-feira, segundo dia, pequenos deslizes deram o “alerta”: como a equalização do som, (pois todos sabem que ela deve ser aplicada como se fosse um tempero, na dose certa, e não com exageros); volume em determinado momento falho – o som das guitarras nos solos estava bem abaixo do esperado. Penso que esses “resquícios” ocorreram devido à mesa de som estar no palco (algo que raramente acontece nos shows). Normalmente ela está no centro onde a plateia fica. Mas de antemão digo, “não sou especialista no assunto”

Mas nada atrapalharam as apresentações das bandas que fizeram os shows da noite. Quanto à estrutura do local foi bem montada, segurança perfeita e educada, mesas e cadeiras para o público com cobertura, camarins para os artistas, serviço de venda de bebidas sem filas (um pouco cara a cerveja long neck – R$ 8,00), banheiros limpos, iluminação do palco perfeita e palco belíssimo. No entanto, devo tecer críticas em relação aos banners com fotografias de grandes mestres do blues e jazz do mundo, como BB King, Eric Clapton, John Lee Hooker, Ray Charles entre outros no palco. E pergunto pra que? Chamar o público? Eles representam o blues é claro, mas não havia necessidade alguma. O que deveria ter sim, fotos dos artistas que estavam apresentando. Valorizaria ainda mais aqueles que lutam pela permanência do blues e jazz no Estado. Acertadamente apenas a foto do cantor de blues Renato Fernandes, da Bêbados Habilidosos – justa homenagem ao grande artista sul-mato-grossense. O marketing do evento errou também em não divulgar de forma intensa o Festival na própria cidade. Não vi cartazes nos hotéis, restaurantes e bares – foram raros os folders nos balcões. Mesmo assim cerca de 1500 (mil e quinhentas) pessoas estiveram assistindo as apresentações que iniciavam pontualmente às 21 horas.

No último dia, passado o transtorno, tudo correu na melhor harmonia possível. O som não teve falhas e o show “rolou” até por volta das 2h30 da manhã, com o tradicional “jam session” (ato musical no qual músicos se reúnem e começam a tocar, de forma improvisada, sem qualquer preparação ou planejamento). Por fim, o Bonito Blues & Jazz Festival, se for analisar por alguns “tropeços naturais”, chega-se a conclusão que a organização soube consertar os problemas e estará mais cuidadosa para o próximo. Acredito que a prefeitura de Bonito e o próprio governo do Estado deveriam dar um incentivo maior para iniciativa como esta, e assim a população em geral poderia ter acesso, sem a cobrança de ingressos (mesmo com o valor barato como foi). Por fim, o evento acabou tendo um saldo positivo, principalmente pelo objetivo proposto que é despertar o interesse dos empresários do município e principalmente “formar um público” para o jazz e blues no Mato Grosso do Sul.


Alex Fraga é jornalista, poeta, compositor e escritor. Com mais de 30 anos de carreira na imprensa, vive em Campo Grande-MS. Já publicou três livros, venceu prêmios de contos e poesia, trabalhou como assessor de imprensa, repórter, editor em diversas casas e foi editor-chefe do Jornal Diário da Serra. Hoje presta consultoria nas áreas de educação e jornalismo, onde se especializou.




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Publicado por I. Malförea

BLUEZinada! é uma zine produzida pela Distintivo Blue e distribuída gratuitamente, desde 2011. Saiba mais sobre a banda:

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