Samantha Caracante fez um dos melhores shows do Festival de Jazz em Bonito: puro jazz.
Uma voz contagiante, afinada como o jazz se parece: isto é, com muita sofisticação e acompanhada de músicos de primeira qualidade. É assim que a cantora Samantha Caracante mostrou seu talento na apresentação no último dia do Bonito Blues & Jazz Festival. Ela substituiu a atração que estava programada anteriormente, o douradense Simão Gandhy que teve um imprevisto e não pode participar do evento, segundo os organizadores. Então a cantora trouxe três grandes músicos para acompanhá-la e amantes do jazz: Marcos Loyola (bateria), Ivan Cruz (guitarra) e Gabriel Basso (baixo).
Sinceramente nunca tinha ouvido cantar, como também vários presentes no Festival. Sem qualquer medo, simpática e com uma voz explodindo sensualidade, Samantha mostrou em cada canção, a verdadeira sofisticação de uma cantora de jazz. Com um trabalho de postura teatral, ela começou a passear com músicas eternizadas por várias divas do jazz e blues, como Nina Simone, “For a Wille” e a interpretação impecável da música “Black Coffe”, cantada muitas vezes por Ella Fitzgerald e principalmente Sarah Vaughan.
Mas não ficou por aí. Desfrutou seu conhecimento com músicas raras e não tão de tantos sucessos assim, mas que são maravilhosas. Cantou Cole Porter, músico e compositor americano, notório pelas letras sofisticadas, às vezes vulgares, ritmos inteligentes e formas complexas. Esse artista é um dos maiores contribuidores do Freat American Songbook. Samantha conseguiu empolgar muito o público, pois cantou o puro jazz, melancólico como sempre é esse som, mas com uma ternura e beleza inconfundível.
É extremante delicioso ouvir uma cantora que mostra a beleza do jazz. Que passa para o público lembrar e recordar de “divas” como Etta James, Nina Simone, Ella Fitzgerald, Billie Holiday ou mesmo Nat King Cole. A apresentação de Samantha Caracante passou tão rápido que os pedidos de bis eram inevitáveis e assim mais uma vez mostrou seu potencial. Ela canta como se “canta” verdadeiramente o jazz. O público do festival não ganhou uma substituta de um artista que não pode comparecer e sim um enorme presente com um show impecável. Foi lindo!
Alex Fraga é jornalista, poeta, compositor e escritor. Com mais de 30 anos de carreira na imprensa, vive em Campo Grande-MS. Já publicou três livros, venceu prêmios de contos e poesia, trabalhou como assessor de imprensa, repórter, editor em diversas casas e foi editor-chefe do Jornal Diário da Serra. Hoje presta consultoria nas áreas de educação e jornalismo, onde se especializou.
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